quinta-feira, 18 de abril de 2019

Aus dem Leben eines Taugenichts, de Joseph von Eichendorff

"Aus dem Leben eines Taugenichts" de Joseph von Eichendorff
Reclam, 2018
156 Páginas


Eichendorff conta em "Aus dem Leben eines Taugenichts" a vida de um jovem (o "Taugenichts", isto é, um "zero à esquerda") que acaba expulso de casa do pai, um moleiro, por este considerar que o filho  além de fracassado, não tem quaisquer outros objectivos na vida para além de tocar violino (e cantar). E é então que se inicia o percurso de busca pela sorte/felicidade deste jovem que chegado a Viena depressa se apaixona por uma jovem, mas sem sucesso. Decide, então, tentar a sua sorte em Itália, a terra das laranjas (e ao que parece também dos limões) e depressa se torna novamente a desiludir, regressando a Viena, sempre na companhia do seu violino. No fim tudo termina bem e ainda bem porque eu gosto de finais felizes. 

Escrito em prosa poética, o livro está salpicado de poemas. Eichendorff faz descrições belissimas dos espaços, sobretudo da paisagem natural, adoptando um estilo lírico e romântico (de Romantismo enquanto movimento artístico, entenda-se) que muito me agradou, apesar de nem sempre ser fácil compreender à primeira. 

Interessante é também a tensão que aqui está presente entre os filisteus e os artistas, sendo que os primeiros têm uma atitude que despreza o que é belo, o que é arte, o que é espiritual e intelectual. E isso verifica-se desde o início da história, quando o Taugenichts é expulso pelo pai de casa... O Taugenichts fica fascinado com a beleza, gosta de flores, por exemplo, e aproveita todos os momentos (independentemente de estar feliz ou infeliz) para tocar violino e cantar poesia. É, de facto, muito bonito. E é sobretudo porque no fim, apesar de todos os azares que ele conheceu até aí chegar, ele alcança a sua sorte/felicidade, sem deixar a sua arte de lado!


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