sexta-feira, 30 de setembro de 2016

O Amor é o Melhor Remédio, de Jamie Reidy


"O Amor é o Melhor Remédio" de Jamie Reidy
Editorial Presença, 2011
267 Páginas
"O Amor é o Melhor Remédio" não foi de todo uma boa escolha de leitura que fiz. Aliás, acredito que Jamie Reidy possa ser um bom escritor, mas não me convenceu... Passei a maior parte da obra ansiosa, desejosa por chegar ao fim do livro, fim esse que parecia um destino longinquo!

Em primeiro lugar, continuo a não perceber a razão do título da obra ser "O Amor é o Melhor Remédio", já que esta se refere maioritariamente ao Zithromax e não ao Viagra (que poderia mais facilmente ser associado ao amor). O Viagra é abordado já na parte final do livro. 


Em segundo lugar, o filme, com o mesmo título (trailer aqui:https://www.youtube.com/watch?v=h6w7D... ), de Edward Zwick apenas usou este livro como ponto de partida, acabando por nada ter a ver com o livro.

Em terceiro  lugar, senti que o autor se esforça, em vários momentos, por parecer engraçado e isso acaba por tornar a leitura um pouco enfadonha. 


À parte destas críticas menos positivas, achei interessante conhecer e compreender melhor como funciona a indústria das empresas farmacêuticas (e da sua relação com os médicos, enfermeiros e auxiliares e com as vendas), e em particular da Pfizer, empresa fundada em Nova Iorque, em 1849, por dois primos alemães, Charles Pfizer e Charles F. Erhart, que migraram para os EUA. 
*
"As mulheres tinham do seu lado a reacção humana mais básica: por muito que estivesse atrasado em relação ao seu horário, ou por muito atarefado que o dia estivesse a ser, um médico punha-se logo de nariz no ar ao sentir um perfume ou ao fixar pelo canto do olho uma bela rapariga, o desejo instintivo de se reproduzir posto em acção. (...)"
 (p.210)
https://www.goodreads.com/review/show/1765671310?book_show_action=false&from_review_page=1

quinta-feira, 22 de setembro de 2016

O Adeus às Armas, de Ernest Hemingway




"O Adeus às Armas" de Ernest Hemingway
Editora Livros do Brasil, 2011
312 Páginas


"O Adeus às Armas" é uma obra que se pode considerar autobiográfica, na medida que se baseia na experiência de Ernest Hemingway durante a Primeira Guerra Mundial enquanto condutor de ambulâncias, à semelhança do que se verifica com a personagem principal, Frederic Henry. Do mesmo modo, Catherine, a enfermeira que terá uma relação amorosa com Frederic, é inspirada em Agnes von Kurowsky, uma paixão que o autor teve durante a sua permanência em Itália. E é nesta relação e na sua relação com a Grande Guerra que se desenvolve toda a história. 

Apesar de Ernest Hemingway ter recebido o Prémio Nobel da Literatura em 1954, reconheço que só ganhei coragem para pegar neste livro à terceira vez. Não que já o tivesse começado a ler antes, mas porque de todas as vezes que olhava para ele achava que ainda não tinha chegado a sua hora... E o problema residia não na sinopse, que sempre me atraiu, mas na memória que tinha da leitura de "Paris é uma festa"... Que gostei... Com reservas!

A verdade é que a história cativou-me quando a comecei a ler com maior velocidade. Ainda não percebi se sou uma fã da escrita de Hemingway, mas o argumento interessou-me. Grande Guerra, fuga para a Liberdade e, portanto, fuga à Guerra, o Amor e a influência da Guerra neste... E a sua leitura revelou-se uma excelente companhia (e terapia) nestes dias. Tive realmente gosto em ler, ler e ler mais e mais páginas e perceber qual o desfecho daquela relação que se tinha construido na Guerra e por causa dela...!

Para quem também gostar de cinema, aproveito para acrescentar que existe um filme de 1996, de Henry Villard e James Nagel, contando com Chris O'Donnell e Sandra Bullock nos principais papeis, criado a partir da obra e chamado "In Love and War". O trailer pode ser visto aqui:https://www.youtube.com/watch?v=DVEUG...

*
- Eu entendo que temos de levar a guerra até ao fim - disse eu. - Não acabaria pelo facto de um dos lados deixar de combater. Se deixássemos de combater ainda era pior. 
- Pior não podia ser - disse Passini respeitosamente - Não há nada pior que a guerra.
- A derrota é pior. (...)"[p.52]


https://www.goodreads.com/review/show/1759510847?book_show_action=false&from_review_page=1

sexta-feira, 16 de setembro de 2016

Maestra, de L.S.Hilton


"Maestra" de L.S.Hilton
Editorial Presença, 2016
303 Páginas



L.S.Hilton começa a "Maestra", no meu entender de uma forma muito pouco original, diria até que de forma algo desinteressante. Esta foi a minha primeira impressão ao fim de vinte e tal páginas lidas. No entanto, e como desistir facilmente não faz muito o meu género, continuei a ler. "Maestra" tem sido muito falado na imprensa nacional e internacional e isso tinha de ter algum fundamento... Mais adiante compreendi porquê.

"Maestra" foca-se em Judith Rashleigh, que ambiciona ter uma carreira bem sucedida no mundo da arte, mas que para fazer face às suas despesas leva uma vida simultânea como acompanhante à noite, assumindo outras identidades. Com o tempo as novas identidades são assumidas por Judith para fugir de si e dos crimes que vai cometendo, primeiro por um "acaso" e depois "porque sim", no decorrer desta sua vida paralela. A sua vida "falsa" acaba por assumir a direcção e é essa que ela passa a viver a maior parte do tempo, com uma frieza incomum, sem qualquer espécie de remorsos e a conta bancária a encher. 

Desengane-se quem julgar estar diante de algo parecido às "50 sombras de Grey". Não me parece nem tão pouco encontro lógica nessa associação. Concordo bem mais com alguma semelhança no estilo, apesar de diferente, com a obra "Em Parte Incerta" de Gillian Flynn. Isso sim. Sobretudo no que respeita à ausência de moral na personagem principal, juntando sexo e crime(s) numa mesma situação.  

É uma leitura empolgante. E dei comigo a pensar na vida de Judith já depois de ter lido o livro todo (bom sinal). Talvez porque não me identifico com ela (que vai leva à letra o "femme fatale"), mas acho-a psicologicamente fascinante e espero sinceramente que no volume seguinte L.S.Hilton explore mais esse lado da personagem. Porque tem tanto, tanto para explorar... E o seu passado certamente terá tido uma grande influência nisso. Bom... Veremos! 

*
"O ódio era melhor. O ódio mantinha-nos frias, fazia-nos avançar rapidamente, mantinha-nos sós. Se precisássemos de nos transformar noutra pessoa, a solidão era uma boa forma de começar." 
[p. 41]

https://www.goodreads.com/review/show/1750979871

sábado, 10 de setembro de 2016

Isabel II Uma vida um reino, de Marc Roche


"Isabel II. Uma Vida, um Reino" de Marc Roche
Editorial Presença, 2016 
199 Páginas

Isabel II de Inglaterra comemorou 90 anos este ano, tendo nascido entre a Primeira e a Segunda Guerras Mundiais. Viveu a Segunda Guerra Mundial e todos os grandes acontecimentos históricos ocorridos desde então. Conviveu com Churchill, que muito admirava, De Gaulle, fala francês e gosta imenso de França, e Thatcher, com quem não se dava lá muito bem, e enfrentou com alguma frieza o modo desfavorável com que a opinião pública inglesa tem visto a monarquia inglesa em momentos chave. A crise do casamento de Diana e Carlos, a separação e o divórcio destes, bem como o acidente que a vitimou em Paris, são apenas alguns exemplos. 

No que me diz respeito, sempre simpatizei mais com a sua mãe do que com Isabel II. Sentia-a fria, calculista, severa, austera. Parece que não falhei muito, a julgar pelas conhecedoras palavras de Marc Roche. A diferença é que agora compreendo-a melhor. Muito melhor. E tudo faz sentido. 

"Isabel II: Uma vida, um reino" é uma biografia que aborda não só a vida desta rainha inglesa, como também a vida daqueles que com ela se relacionam com ela e com o seu reinado de forma indelével. Refiro-me essencialmente ao seu marido, ao seu filho Charles e ao seu neto William. Mas também a vários políticos ingleses. É também um livro que permite conhecer a História de Inglaterra de um ponto de vista diferente, vista a partir da monarquia inglesa e da rainha Isabel II.

Em termos de estrutura, a obra organiza-se por capítulos cronológicos e a existência de uma árvore geneológica nas primeiras páginas facilita a compreensão de onde vem a rainha (seus ascendentes) e para onde caminha a sua familia (seus descendentes). 

Gostei, mas não sei se pela personalidade em si, se pelo estilo de escrita do autor, senti que lhe falta qualquer coisa... Porventura, alguma sensibilidade, alguma empatia. No entanto, não deixa de ser um livro a ler para aqueles que quiserem conhecer um pouco sobre Isabel II e tudo o que com ela está relacionado. 
*
"Temos sempre a impressão de ter visto a rainha Isabel II, a monarca mais fotografada do planeta. num museu de cera. Talvez isto se deva ao facto de a soberana, com a idade de noventa anos, encarnar toda a história contemporânea não só do Reino Unido mas do mundo" (p.13)


https://www.goodreads.com/review/show/1750979314

quarta-feira, 7 de setembro de 2016

Grace de Mónaco, de Jeffrey Robinson



"Grace de Mónaco" de Jeffrey Robinson
Edições Asa, 2014
376 Páginas

"Grace de Mónaco" trata-se de uma biografia sobre a princesa Grace, que também foi Grace Kelly, modelo e actriz norte-americana descendente de pai  irlandês e mãe alemã. Jeffrey Robinson limitou-se a contar a verdade sobre a sua vida (respeitando o apelo de Rainier e, portanto, a biografia é oficial), ajudado pelos relatos de Rainier e dos filhos Carolina, Alberto e Stéphanie, bem como por várias outras celebridades e não celebridades que com ela privaram de algum modo. 

A obra permite-nos conhecer não só a vida da princesa Grace, antes de se casar com Rainier e durante o tempo em que viveu já casada com ele, como também a vida deste (antes e depois de se casar), dos três filhos e ainda do próprio Mónaco e do papel que o casal teve no desenvolvimento daquilo que o principiado é actualmente. 

Em termos de estrutura, "Grace de Mónaco" é uma obra dinâmica, na medida em que o seu autor alterna capítulos da vida da familia real com capítulos sobre a História, a Política e os negócios do Mónaco, o que a torna, na minha perspectiva, muitissimo interessante e justifica a sua recomendação a todos os interessados por Grace e a familia real do Mónaco e/ou a todos os interessados pela História do Mónaco.

*
"O principiado do Mónaco da juventude de Rainier era um lugar sombrio que vivia da glória de uma idade de ouro há muito perdida no tempo. Tudo mudou quando ele conheceu, se apaixonou e se casou com Grace Kelly. Grace deu vida à Riviera como só um ícone do cinema seria capaz. Com os seus amigos de Hollywood, formou um elenco de personagens que devolveu a Monte Carlo a fama de destino mais glamoroso do mundo. (...)" (p.343)

https://www.goodreads.com/review/show/1738387233