quarta-feira, 9 de dezembro de 2020

"Alegria. A Felicidade Interior", de Osho


"Alegria. A Felicidade Interior" de Osho
11x19, 2018
220 Páginas


 "(...) Estar só é um estado mental no qual se está sempre com saudades de alguém. Ser solitário é um estado mental no qual se está sempre encantado consigo próprio. Estar só é um estado de infelicidade, ser solitário é um estado de êxtase. Quem está só está sempre preocupado, com saudades de qualquer coisa, a sentir falta de qualquer coisa, a desejar qualquer coisa. (...)" [p.154]

"(....) Estar só é ser dependente, ser solitário é a pura independência. O solitário sente que é o seu próprio mundo, a sua própria existência. (...)" [p.155]

"(...) Quem for completamente solitário só se pode sentir atraído por alguém que também seja um solitário. (....)" [pp.155 e 156]

"(...) dois amantes verdadeiros não ficarão face a face. Podem estar de mãos dadas, mas estarão a olhar para a Lua. Não estarão face a face, mas a contemplar algo juntos. (...) duas pessoas que estejam satisfeitas consigo próprias não se tentam usar uma à outra. Em vez disso, tornam-se companheiras de viagem; partem juntas em peregrinação. O objectivo é elevado e está longe. É um interesse comum que os junta. (...)"[p.157]

Estas foram algumas das passagens mais bonitas que encontrei neste livro, mais um dos de Osho que estará entre os meus preferidos, até porque defende algo tão fundamental como o facto da alegria ser algo interno, que vem directamente e só de nós, e não de nada exterior. 

Ao mesmo tempo, "Alegria - A Felicidade Interior" valoriza o ser solitário, sem criticar, o que nem sempre é compreendido da melhor forma pela sociedade. Ainda que o homem seja um animal social, o homem (e uns mais do que outros) precisa de estar sozinho e isso não significa que se seja anti-social nem bicho do mato. É uma necessidade de se estar em diálogo interno, a trocar ideias consigo próprio, sem interferência externa... Diria que isso faz falta a todos nós, individualmente, para que possamos ser inteiros e melhores quando estamos na companhia dos outros. 

Não menos importante, Osho apresenta, de igual modo, uma distinção entre prazer (fisiológico), felicidade (psicológica), alegria (espiritual) e êxtase (indivisível). Estes dois últimos são essenciais e totais quando se encontram/descobrem. 

Creio que estas são as ideias fundamentais deste livro, mas para quem estiver interessado, o melhor é ler mesmo e pensar por si. Vale a pena!

https://www.goodreads.com/review/show/3554627431