quarta-feira, 2 de setembro de 2020

O Poder do Agora, de Eckhart Tolle

"O Poder do Agora" de Eckhart Tolle
11x17
267 Páginas


É um 3,5 *

Porquê? 

Eckhart Tolle escreve ao longo de 267 páginas sobre a importância de nos focarmos no presente, no aqui e no agora, aceitando-o sem resistir, ouvindo mais o nosso corpo e menos a nossa mente (poluída e negativa, como refere várias vezes). Concordo, sim. E este é efectivamente um propósito nobre, bastante útil para uma sociedade que corre, corre sem parar (apesar da tua atual situação pandémica estar a transformar/alterar o significado de tempo e espaço) e, ainda para mais, para ansiosos. Foi isto que motivou a minha leitura de "O Poder do Agora".

O livro é composto por dez capítulos: 1- Você não é a sua mente, 2- Consciência: o caminho para sair da dor, 3-Entrar profundamente no Agora, 4-Estratégias da Mente para evitar o Agora, 5- O Estado de Presença, 6- O Corpo Interior, 7-Portais para o Não-Manifesto, 8 - Relacionamentos não iluminados, 9 - Para além da felicidade e da infelicidade há a paz, 10-O significado da Rendição. De todos o capítulo 7 foi o que mais nervos - literalmente - me causou porque me pareceu meio "pseudo-qualquer coisa", sendo que os quatro primeiros capítulos foram os mais proveitosos (e muito úteis) para mim (4/5*). Os seguintes repetiram muito do que já havia sido avançado anteriormente e isso aborreceu-me, tendo-me feito ansiar pelo fim rápido do livro. 

Também me aborreceu e aborrece o facto do autor ter escrito em formato pergunta-resposta. Creio que o leitor passava bem sem isso e a leitura tornava-se mais fluída. Daí que optei por ignorar as perguntas, lidas as páginas iniciais, e focar-me unicamente no que o Tolle escrevia como resposta.

Não gostei, de igual modo, da presença daquele sinal para parar onde o autor considerava que o leitor deveria reflectir mais. Ler é, para mim, um acto de liberdade e cada leitor tem a sua velocidade/o seu ritmo de leitura, devendo parar onde e como entender. Foi o que fiz. Nunca respeitei o sinal em causa. Não me fazia sentido.

Finalmente, tenho algumas reservas em relação ao facto de alguém se auto-intitular como "mestre espiritual"...

Em virtude de tudo isto, gostei, mas não consegui adorar. É, todavia, um livro útil - nos termos que referi - para reduzir o peso da ansiedade nos nossos dias e potenciar o nosso foco no presente.