segunda-feira, 29 de abril de 2019

O Céu é Para Quem Não Desiste de Voar, de Miguel Ribeiro

"O Céu é Para Quem Não Desiste de Voar" de Miguel Ribeiro
Manuscrito, 2018
197 Páginas


"O Céu é Para Quem Não Desiste de Voar" é um livro de histórias simples, mas ao mesmo tempo pensadas ao detalhe porque carregadas de significado e plenas de profundidade. 

Há umas semanas, li num livro de João Tordo, outro autor português que descobri recentemente, algo que não me saiu mais da cabeça e que se aplica à minha relação com este livro... Foi qualquer coisa do género: nós gostamos é de quem nos mexe na ferida. Isso, na ferida. E isso aplica-se à minha relação com os livros não técnicos... Eu gosto mesmo é daqueles livros que me inquietam. Que me provocam. Que me desafiam. Que me fazem sorrir. Que, por vezes, me fazem ficar com os olhos brilhantes porque de alguma forma me emocionam. Basicamente, gosto daquilo que me faz sentir a sério e pensar, questionar e tornar a pensar. Este livro teve esse efeito em mim. 

É dos livros mais bonitos (de uma sensibilidade única) que  li nos últimos temos e sinto que jamais esquecerei algumas das coisas que nele (re)descobri a propósito da amizade, do amor, da lealdade, da liberdade, da capacidade de nos surpreendermos ao longo da nossa vida como se nunca deixassemos totalmente de lado a criança que um dia fomos, da coragem, da esperança, ... Dificil foi, portanto, ao longo da leitura não deixar quase todas as páginas com uma marca para lá voltar mais tarde e relê-las. Penso que este pode bem ocupar o lugar, reservado apenas a alguns, de livro de cabeceira por tempo indeterminado... daqueles que lemos e tornamos a ler e continuam a justificar aí sua permanência.

Por isso mesmo, a sua leitura será, a meu ver, mais proveitosa se for feita de forma doseada ao longo do tempo. Inicialmente, admito que comecei a lê-lo em modo de "sobredosagem", isto é, lendo mais do que um capítulo de uma vez. Porém, depressa percebi que essa não seria a forma mais correcta de o ler e, além disso, emocionalmente tornar-se-ia mais desgastante. Daí que o melhor seja ler um capítulo de cada vez... 

Por fim, gostei também muito do facto do autor explorar a relação do menino com o papagaio de papel, a borboleta, o cão, a estrela, a tempestade, ... para, no momento certo, transmitir a mensagem acerca de um determinado valor essencial importante.

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