domingo, 26 de julho de 2020

Liberdade - A Coragem de ser Genuíno, de OSHO


"Liberdade. A Coragem de ser Genuíno" de Osho
11x19, 2017
209 Páginas



A verdadeira Liberdade não é "de", é "para". É a Liberdade para sermos nós próprios e isso significa responsabilidade. 

Nesta linha, Osho distingue um rebelde de um revolucionário, sendo que o rebelde, quando comparado com o revolucionário, é livre de facto. "Um rebelde é alguém que não reage contra a sociedade, que compreende todo o seu jogo e simplesmente desliza para fora dela. Ela torna-se irrelevante para ele. Ele não é contra a sociedade. E essa é a beleza da rebelião: é a liberdade. O revolucionário não é livre. Ele está constantemente a lutar contra alguma coisa (...)" (p.71)

Outra distinção igualmente importante é que é feita entre reacção e acção. Acção é Liberdade. Reacção não. Acção está para o rebelde, assim como a reacção está para o revolucionário. E está tudo dito. 

Diria que um dos pontos altos de "Liberdade. A Coragem de ser Genuíno" é, para mim, a abordagem que o autor faz da evolução espiritual, recorrendo a Friedrich Nietzsche e a "Assim Falava Zaratustra". Deste modo, numa primeira fase, o homem será camelo (assimiliação), depois leão (independência) e numa terceira fase, criança (criatividade). Nem todos chegam à fase da criança. Osho aprofunda e detalha muito mais cada uma das fases e, em certa medida, faz uma interpretação  e análise muito própria, extremamente interessante. 

Gostei bastante. Talvez ainda mais do que de "Criatividade. Libertar Forças Interiores". "Liberdade. A Coragem de ser Genuíno" trouxe-me mais novidade, análise e interrogações. E deixou-me um sem número de vezes a pensar no que tinha acabado de ler...

domingo, 12 de julho de 2020

Criatividade - Libertar as Forças Interiores, de OSHO

"Criatividade - Libertar as Forças Interiores" de OSHO
11X17, 2020
207 Páginas


Na contracapa diz "Este livro é um verdadeiro manual para aqueles que querem aprender a ser mais criativos, lúdicos e flexíveis em todos os aspetos das suas vidas". E eu tenho alguma dificuldade em encarar o livro "Criatividade - Libertar as forças interiores" de Osho dessa forma, pois o autor não gosta habitualmente de oferecer verdades eternas aos seus leitores, preferindo ao invés deixar-nos a pensar pela nossa própria cabeça e, além disso, entendo que por essa mesma razão tenhamos aqui mais um ensaio, uma espécie de hino à criatividade se preferirmos, do que propriamente um manual. 

Adorei ler este livro. Gostei até muito mais do que estava inicialmente a prever. Revi-me em muito do que li. Duas das passagens mais bonitas que li acerca do criador (no sentido daquele que tem criatividade) e que me dizem tanto são as seguintes: 
1."(...)Um criador diverte-se. Não sabe qual o caminho correto para fazer uma coisa, por isso continua a procurar e a buscar vezes sem conta em direções diferentes. Muitas vezes movimenta-se na direção errada, mas, para onde quer que ele se mova, aprende. Fica cada vez mais rico. Faz algo que nunca ninguém fez antes. Se ele tivesse seguido o caminho correto, não teria sido capaz de o fazer. (...)"

2."(...) O criador não pode ser eficiente, tem de continuar em experimentações. O criador não pode assentar em lado nenhum. O criador é um vagabundo que leva a tenda sobre os ombros. Sim, pode fazer uma visita para pernoitar, mas de manhã parte de novo. É por este motivo que lhe chamo vagabundo. Ele nunca é um chefe de familia. Não consegue assentar, pois isso para ele é como a morte. Está sempre pronto a correr um risco. O risco é o seu caso de amor. (...)".

E teria muitas mais partes para destacar neste livro. Porém, para quem se interessar pelo estilo e pelo tema, o melhor é mesmo lê-lo. É muito bonito e entra para a categoria dos meus preferidos de Osho.