segunda-feira, 30 de setembro de 2019

A Menina Que Roubava Morangos, de Joanne Harris

"A Menina Que Roubava Morangos" de Joanne Harris
Edições Asa, 2019
374 Páginas

Joanne Harris está entre aqueles autores que guardamos no coração...

Penso que isso se deve, no meu caso, a duas razões: a primeira relaciona-se com o momento em que li um livro seu pela primeira vez (próximo do fim da adolescência e do início da idade adulta - foi a minha primeira "escritora adulta"- em tempos algo conturbados...) e a segunda relaciona-se mesmo com a sua forma especial/mágica/mística de contar histórias, toda a evocação de cheiros e sabores que nos fazem acreditar que estamos efectivamente diante de algo que, na verdade, resulta da imaginação. 
É claro que já li um ou outro livro de Harris de que gostei menos (e não li nada sobre aqueles seus livros cujas histórias nos levam ao mundo das runas), mas, regra geral, sei que é uma escolha segura.

"A Menina que roubava Morangos" faz parte da "saga" Chocolate de que eu tanto gosto e é sempre agradável voltarmos aos "lugares" onde já fomos felizes. E foi muito bom privar novamente com Vianne Rocher, Anouk, Rosette, Roux, ... Reflectir uma vez mais sobre a mudança e o medo dela, sobre a necessidade de deixarmos livres aqueles que amamos porque hão de voltar...! 
Amar é soltar, é deixar ir e compreender que tudo tem o seu momento certo. Julgo que esta foi a grande mensagem (como que uma ideia de esperança certa) que Harris nos quis deixar neste seu livro. 

Mais uma vez, leio um livro desta autora "no momento"; como que cumprindo uma espécie de chamamento. Deixando-me levar também com o vento (outra das presenças obrigatórias no mundo de "Chocolate"), parto agora diferente do que estava quando aqui cheguei e valeu a pena... Cada página, cada capítulo, cada parte; cada dia, cada hora, cada minuto. 

sexta-feira, 20 de setembro de 2019

Escolho ser feliz, de Sara Cardoso


"Escolho Ser Feliz" de Sara Cardoso
Pergaminho, 2017
136 Páginas


Gostei da estrutura, da objectividade e da forma como as ideias são expostas. 

Pareceu-me particularmente útil o facto da autora defender um principio positivo por oposição ao principio negativo correspondente: por exemplo, aceitação em vez de resistência. Ora, isto permite ao leitor compreender através da comparação e do contraste entre as duas ideias qual é aquela que habitualmente segue, questionar e compreender até que ponto essa ideia será ou não a mais vantajosa para a sua vida e, se for caso disso, como a poderá transformar. 

Nos últimos tempos, tenho constatado a existência de "uma espécie de movimento" (e coloco entre aspas porque tenho dificuldade em definir isto) defensor de sentimentos e emoções positivas a todo o custo e a toda a hora. Não sendo eu uma especialista nesta área, a minha experiência de vida até à data e várias outras coisas que tenho lido, escritas sobre isto por quem se dedica a estudar e a trabalhar na área da psicologia e afins, diz-me que isso não só é um erro, como um tremendo disparate. A realidade nem sempre é bonita e agradável e também nem sempre nos apraz... Daí que existem e existirão sempre sentimentos e emoções positivas e sentimentos e emoções negativas, do mesmo modo que todos somos seres de luz e de sombra. Os sentimentos e emoções são estados, estando-lhes associada uma ideia de transitoriedade. Vão e vêm. É esta a linha que a autora defende e isso foi, de igual modo, outro aspecto que gostei no livro. 

Nem sempre gostei da forma como o livro está escrito. Não está mal escrito (longe disso), mas poderia ter um estilo um pouco mais cuidado. E... discordo de um/dois dos exemplos apresentados (não me recordo quais, de momento) por experiência própria. Creio, todavia, que isso é algo salutar de acontecer!

Gostei do livro; é daqueles que vale a pena folhear de vez em quando para recordar algumas coisas... Até porque é pequeno, conciso e directo.

Note-se ainda que a formação da autora na área do Reiki (a par da Psicologia) faz toda a diferença nesta leitura, sendo, na minha perspectiva, uma mais-valia!