segunda-feira, 6 de maio de 2019

As Afinidades Electivas, de Johann Wolfgang Goethe


"As Afinidades Electivas" de Johann Wolfgang Goethe
Bertrand Editora, 2017
310 Páginas

Goethe escreveu esta história, pensando-a ao pormenor. Não há nada que aqui falhe. "As Afinidades Electivas" são efectivamente uma obra plena de Romantismo enquanto tendência literária do início ao fim. Com uma forte carga dramática, bem patente na forma como termina e que me fez recordar "Romeu e Julieta" de Shakespeare. Penso, de igual modo, que reflecte bem Goethe enquanto escritor. 

Gostei muito do livro, mas não do final (ainda que compreenda o seu enquadramento e se justifique pelas razões acima expostas). Sinto alguma afinidade com o Romantismo enquanto tendência literária, algo que não consigo muito bem explicar. Ou talvez consiga explicar, em parte, por causa do turbilhão de emoções que lhe está habitualmente associado, aquele sentir desmedido que extravasa o razoável com frequência, a saudade, o desejo, a impossibilidade e a vontade de se evadir/partir pelo mundo fora, o amor à arte e à natureza. 

Tudo isso está presente em "Afinidades Electivas". Uma história de adultério espiritual escrita com todo o cuidado e delicadeza e muita, muita sensibilidade e inteligência.

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