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segunda-feira, 6 de maio de 2019

As Afinidades Electivas, de Johann Wolfgang Goethe


"As Afinidades Electivas" de Johann Wolfgang Goethe
Bertrand Editora, 2017
310 Páginas

Goethe escreveu esta história, pensando-a ao pormenor. Não há nada que aqui falhe. "As Afinidades Electivas" são efectivamente uma obra plena de Romantismo enquanto tendência literária do início ao fim. Com uma forte carga dramática, bem patente na forma como termina e que me fez recordar "Romeu e Julieta" de Shakespeare. Penso, de igual modo, que reflecte bem Goethe enquanto escritor. 

Gostei muito do livro, mas não do final (ainda que compreenda o seu enquadramento e se justifique pelas razões acima expostas). Sinto alguma afinidade com o Romantismo enquanto tendência literária, algo que não consigo muito bem explicar. Ou talvez consiga explicar, em parte, por causa do turbilhão de emoções que lhe está habitualmente associado, aquele sentir desmedido que extravasa o razoável com frequência, a saudade, o desejo, a impossibilidade e a vontade de se evadir/partir pelo mundo fora, o amor à arte e à natureza. 

Tudo isso está presente em "Afinidades Electivas". Uma história de adultério espiritual escrita com todo o cuidado e delicadeza e muita, muita sensibilidade e inteligência.

sexta-feira, 14 de outubro de 2016

Viagem a Itália, de Johann Wolfgang Goethe


"Viagem a Itália. 1786-1788" de Johann Wolfgang Goethe
Bertrand Editora, 2016
453 Páginas


"Viagem a Itália. 1786-1788" trata-se de uma obra que engloba cartas e diários, enviados por Johann Wolfgang von Goethe aos seus amigos, durante a viagem que este fez a Itália, partindo de Karlsbad e regressando no final a Weimar. No final consta igualmente um apêndice escrito pelo autor sobre o Carnaval Romano. 


Com efeito, Goethe partiu, na época, de forma escondida, dando um nome ficticio, já que se por um lado gostava de ser conhecido pelo sucesso da sua obra "Die Leiden des jungen Werthers" [Os sofrimentos do jovem Werther] de 1774, por outro gostava de manter um certo anonimato. 


Até porque o autor realiza esta viagem não só com o propósito de conhecer directamente as obras de arte do Renascimento e da Antiguidade (Goethe quer conhecer Roma, de que muito ouvira falar através do pai), como também com o objectivo de estudar a paisagem, as plantas, os minerais e o clima do Sul, tão diferentes do Norte (algo característico deste período, em que se começam a realizar viagens para conhecimento do espaço e a geografia como ciência começa a dar os primeiros passos com nomes como Alexander von Humboldt, de quem Goethe era amigo), e ainda fazer uma viagem ao interior de si mesmo, reconstruindo-se. 


No que respeita à escrita, a obra é densa e se vão para a ler depressa, desistam. Não é dificil, mas requer algum tempo e sobretudo atenção e dedicação. Abundam nela as descrições, ao mesmo tempo que várias reflexões de Goethe sobre si próprio. E, portanto, "Viagem a Itália. 1786-1788" é, de igual modo, uma obra importante para conhecer um pouco melhor o pensamento do autor, que dá o nome ao Instituto de língua e cultura alemã no mundo. 


Gostei muito e Goethe está definitivamente na minha lista de preferências de autores alemães!

*

"Uma coisa é certa: seria melhor não regressar, se não fosse para regressar renascido." (p.244)

https://www.goodreads.com/review/show/1766125681