segunda-feira, 6 de maio de 2019

The Remains of the Day, de Kazuo Ishiguro

"The Remains of the Day" de Kazuo Ishiguro
Faber and Faber, 2010
258 Páginas


Quando estava a ler "The Remains of the Day" (na edição portuguesa: "Os Despojos do Dia"), não consegui perceber o real e verdadeiro significado que esta história do mordomo Stevens estava a adquirir para mim... Aliás, só quando terminei o livro e pensei: e agora? E agora não há mais sr. Stevens? 

Normalmente, fico "presa" a histórias, não tanto a personagens. Há excepções, contudo. E estou até a lembrar-me de umas quantas, mas concentremo-nos neste mordomo sem mais demoras. Aquilo que me "prendeu" ao sr. Stevens não foram propriamente as suas qualidades humanas, em relação às quais tive momentos em que o que me apeteceu foi chamá-lo à atenção, mas a sua total e irrepreensível dedicação ao trabalho. E, por consequência, essa total e irrepreensível dedicação ao trabalho significou sacrificar a sua vida pessoal... na sua essência de forma incontornável e irreparável (?). Isso deixou-me cativa. Até porque não é assim tão dificil nos dias que correm cair nessa armadilha e assistir à vida a passar-nos ao lado... E será que vale a pena? Será que aquilo que perdemos compensa aquilo que ganhamos? Creio que esta é a grande mensagem que me vai ficar deste mordomo, que acaba por ser também um exemplo de como os ingleses são extremamente rigorosos com o trabalho (algo de que já me tinham falado). 

Para além da personagem gostei da escrita e do estilo de Ishiguro. Voltarei com todo o gosto a ler mais livros escritos por este autor. Valeu a pena e o meu receio inicial de sofrer interferências entre a leitura em língua inglesa deste livro e a leitura em língua alemã de outros mantida em simultâneo, que foi o que me levou a deixar este livro tantos meses parado (e a ter de recomeçar), revelou-se infundada. Consegui ler nos dois idiomas ao mesmo tempo sem qualquer problema. Desafio superado!

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