sexta-feira, 14 de junho de 2019

Um Artista do Mundo Flutuante, de Kazuo Ishiguro

"Um Artista do Mundo Flutuante" de Kazuo Ishiguro
Gradiva, 2018
248 Páginas

Este é o segundo livro que leio de Kazuo Ishiguro (o primeiro, recordo, foi "The Remains of the  Day", lido no original em língua inglesa) e creio já ter uma ideia daquele que é o estilo característico do autor...

A julgar pelas duas personagens principais (uma por livro, entenda-se), Ishiguro parece gostar de remexer no passado, nem sempre bem resolvido, procurando com as suas histórias desfazer os "nós" existentes, dar um rumo novo e, em certa medida, uma lição de esperança (?). 

As últimas páginas de "Um Artista do Mundo Flutuante" são mais optimistas do que as de "The Remains of The Day", mas curiosamente a personagem principal do primeiro não me conseguiu dizer tanto como o mordomo Stevens. 

A história passa-se no Japão pós Segunda Guerra Mundial, numa sociedade cheia de traumas mal resolvidos (o militarismo que se deve esconder/desaparecer e a influência americana que alguns entendem servir para esbater o que "é e significa" ser japonês, ...). E é neste contexto que a personagem principal, um pintor reformado, Masuji Ono, surge. 

Uma das coisas que mais apreciei neste livro foi o sentido da expressão "mundo flutuante"... Diria que foi mesmo uma das partes mais interessantes para mim neste livro, uma vez que remonta para a magia que a noite tem. Uma magia que se esvai quando amanhece e tudo volta à normalidade...!


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