quarta-feira, 19 de junho de 2019

Homens sem Mulheres, de Haruki Murakami


"Homens sem Mulheres" de Haruki Murakami
Casa das Letras, 2018
250 Páginas

"Homens sem Mulheres" é essencialmente um livro sobre solidão. Murakami traz-nos sete histórias de sete homens, sem outra ligação entre si para além de serem sete homens que terminam sem mulheres... 

Envolvente, por vezes estranho, o autor tem o dom de nos deixar vários dias (os da leitura e os pós leitura) a pensar no que acabámos de ler... Inquieta. Volve e revolve o que temos cá dentro... E por muito "bizarras" (?!) que sejam as histórias, acabamos por estabelecer um qualquer paralelismo com a nossa própria vida. Portanto, sendo o meu terceiro livro de Murakami, aviso já que não será o último...

Comparativamente às mulheres, parece-me que os homens levam muito mais tempo a se apaixonar. E quando falo em apaixonar, falo em algo que ultrapassa aquele fogo, aquele impulso, quase que cegueira inicial que tão depressa como chega, ainda mais depressa se vai. Isto não é uma crítica; é o que é. Homens e mulheres "funcionam" de forma diferente. Porém, quando se apaixonam, é mesmo a sério... E parece-me também que muitos depois de atingirem esse estado e apanharem uma tremenda desilusão (não tiveram sorte, tal como também tantas vezes as mulheres não têm), ficam como que... uma dificuldade adicional (porque desacreditam e constroem muros) em se voltarem a apaixonar... Como escreve a dada altura Murakami, perdem aquela mulher e perdem, consequentemente, todas as mulheres. 

Não estamos, todavia, diante de um livro melodramático ou romântico a roçar o piroso. Nada disso. Murakami dá-nos a conhecer a perspectiva dos homens sobre a ausência/a perda das mulheres. E isso é, para mim, extremamente interessante. Porque ao contrário do que se pensa, os homens também sentem e sofrem por amor... simplesmente, não falam acerca disso na maior parte das vezes. 

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