quinta-feira, 17 de novembro de 2016

O Gosto Proibido do Gengibre, de Jamie Ford


"O Gosto Proibido do Gengibre" de Jamie Ford
Porto Editora, 2012
316 Páginas

"O Gosto Proibido do Gengibre" é um livro com uma história muito bonita... 

O autor, Jamie Ford, alterna dois momentos distintos da história ao longo do livro: o passado, aquando da Segunda Guerra Mundial, e o presente, relativo ao ano de 1986, sendo que esta alternância confere ritmo e aumenta, na minha perspectiva, o interesse na história, que remonta a um período algo conturbado da história mundial, da história norte-americana e da história japonesa. 

Um jovem americano de origem chinesa (mas que o pai faz questão que não esqueça jamais o facto de que é chinês, obrigando-o a exibir um crachá diariamente), Henry, conhece uma jovem americana de origem japonesa, Keiko, de quem se torna amigo e com quem desenvolve o gosto pela audição de música jazz. 

Após o ataque japonês à base norte-americana de Pearl Harbor, situada no Pacífico, os japoneses - nos quais se encontram Keiko - foram enviados para campos de internamento, desapossados dos seus bens, dos seus amigos (não japoneses) e das suas rotinas.

Este livro conta, assim, um episódio pouco conhecido da história dos EUA, mas negro e incompreensível... O que é que os japoneses (entre os quais se contavam crianças, note-se) que viviam nos EUA, muitos dos quais desde sempre, outros tendo aí nascido tinham a ver com o ataque a Pearl Harbor...? Para se verem impedidos de viver a sua vida livremente? O mundo aponta sempre o dedo às atrocidades que os alemães (nazis) cometeram contra os judeus, mas infelizmente o mundo também está salpicado de histórias destas... Um pouco diferentes é certo, mas igualmente tristes, lamentáveis, condenáveis, vergonhosas...! 

Isto irá implicar com a relação de Henry e Keiko, tendo consequências para o seu futuro, para o qual a intervenção fanática do pai de Henry também irá contribuir de forma determinante. Esta história é, como disse, muito bonita e apesar de toda a odisseia (que não é forçada e é perfeitamente enquadrada no contexto) tem um final doce, digamos assim, levando-nos a pensar mesmo que "depois da tempestade vem a bonança". 

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https://www.goodreads.com/review/show/1802420822

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