segunda-feira, 18 de abril de 2016

O Diário de Mary Berg, de Mary Berg


"O Diário de Mary Berg" de Mary Berg
Vogais, 2015
351 Páginas

Já li vários livros sobre o Holocausto. Já li vários diários escritos por quem viveu o Holocausto, mas nenhum é igual ao outro. Há sempre algo de novo nos livros e este não é excepção! 

Para começar, o país a que pertencem (isto é, onde nasceram e cresceram), as condições sócio-económicas da própria família, a educação e a faixa etária de quem escreve acabam por influenciar e distinguir os diários uns dos outros. De igual modo, o facto de se tratar de um homem ou de uma mulher acabará também por condicionar o seu futuro como judeus. 

No que respeita a "O Diário de Mary Berg", a sua autora começa a escrever com quinze anos, a 10 de Outubro de 1939, já iniciadas as primeiras perseguições efectivas aos judeus, verificando-se igualmente a presença alemã na Polónia e começada a Segunda Guerra Mundial. A autora escreve a última entrada do seu diário a 5 de Março de 1944, a caminho dos EUA (a mãe era de nacionalidade americana), com cerca de 19 anos. 

Ao conseguir salvar-se, muitos são os conhecidos, os amigos e os familiares que deixa, sem outro remédio, para trás. Mary escreve para que o mundo saiba, para que o mundo conheça o que aconteceu às inúmeras vidas que pereceram por uma questão de credo e raça, deixando-nos, com frequência, descrições detalhadas e minuciosas do que se passava nas ruas do gueto... Por vezes, do nada, mas, outras vezes, vindo ao encontro do clima de medo que se vivia..!

*
"(...) diz a todos os que ainda vivem que nunca os esquecerei. Farei tudo o que puder para salvar os que ainda podem ser salvos e para vingar os que foram tão amargamente humilhados nos seus últimos momentos. E os que foram reduzidos a cinza, vê-los-ei sempre vivos. (...) Sê paciente, Rutka, tem coragem, aguenta. Mais um pouco de paciência e todos nós seremos livres!" (Berg, 2015, pp.326 e 327).

https://www.goodreads.com/review/show/1598005183

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