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terça-feira, 13 de agosto de 2019

Se isto é um Homem, de Primo Levi

"Se isto é um Homem" de Primo Levi
Publicações Dom Quixote, 2013
183 Páginas


Há vários livros, testemunhos verídicos, acerca do Holocausto. Já li vários também, mas a verdade é que não há um igual ao outro.

Neste "Se isto é um Homem", Primo Levi demonstra o quão baixo e mesquinho o Homem pode chegar tratando outro homem, outros homens... Por causa da raça, por causa da religião, por causa da sua capacidade e/ou incapacidade.

Comparativamente a outros livros que já li acerca deste tema, Levi parece-me ser aquele que tem a visão mais pessimista acerca do desfecho e do rumo que a vida dele e de todos aqueles prisioneiros irá tomar. É muito realista. Demasiado, talvez. Mas como se pode ser idealista e ainda ser optimista q.b. quando é a desumanidade que parece vencer dia após dia, numa espera sem fim pelo fim que até pode ser o fim de tudo?! Pois... Só mesmo o inesperado pode trazer um pouco de luz no meio de tanta escuridão... 

segunda-feira, 18 de abril de 2016

O Diário de Mary Berg, de Mary Berg


"O Diário de Mary Berg" de Mary Berg
Vogais, 2015
351 Páginas

Já li vários livros sobre o Holocausto. Já li vários diários escritos por quem viveu o Holocausto, mas nenhum é igual ao outro. Há sempre algo de novo nos livros e este não é excepção! 

Para começar, o país a que pertencem (isto é, onde nasceram e cresceram), as condições sócio-económicas da própria família, a educação e a faixa etária de quem escreve acabam por influenciar e distinguir os diários uns dos outros. De igual modo, o facto de se tratar de um homem ou de uma mulher acabará também por condicionar o seu futuro como judeus. 

No que respeita a "O Diário de Mary Berg", a sua autora começa a escrever com quinze anos, a 10 de Outubro de 1939, já iniciadas as primeiras perseguições efectivas aos judeus, verificando-se igualmente a presença alemã na Polónia e começada a Segunda Guerra Mundial. A autora escreve a última entrada do seu diário a 5 de Março de 1944, a caminho dos EUA (a mãe era de nacionalidade americana), com cerca de 19 anos. 

Ao conseguir salvar-se, muitos são os conhecidos, os amigos e os familiares que deixa, sem outro remédio, para trás. Mary escreve para que o mundo saiba, para que o mundo conheça o que aconteceu às inúmeras vidas que pereceram por uma questão de credo e raça, deixando-nos, com frequência, descrições detalhadas e minuciosas do que se passava nas ruas do gueto... Por vezes, do nada, mas, outras vezes, vindo ao encontro do clima de medo que se vivia..!

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"(...) diz a todos os que ainda vivem que nunca os esquecerei. Farei tudo o que puder para salvar os que ainda podem ser salvos e para vingar os que foram tão amargamente humilhados nos seus últimos momentos. E os que foram reduzidos a cinza, vê-los-ei sempre vivos. (...) Sê paciente, Rutka, tem coragem, aguenta. Mais um pouco de paciência e todos nós seremos livres!" (Berg, 2015, pp.326 e 327).

https://www.goodreads.com/review/show/1598005183

segunda-feira, 7 de março de 2016

O Diário de Helga, de Helga Weiss



"O Diário de Helga" de Helga Weiss
Bertrand Editora, 2013
215 Páginas

"O Diário de Helga" corresponde a uma obra surgida a partir dos caderninhos que Helga Weiss utilizou para descrever os seus dias durante a Segunda Guerra Mundial e, sobretudo, o que sofreu na pele sendo judia na sequência da ocupação da Checoslováquia pelo III Reich alemão em 1939. 

A obra encontra-se dividida em três partes: uma sobre a vida de Helga quando ainda vivia em Praga com o pai que trabalhava num banco e a mãe modista; uma relativa ao período em que esteve em Terezín, uma cidade também localizada na Checoslováquia; e uma em que se refere à sua passagem por Auschwitz, Freiberg e Mauthausen, onde passa o período mais negro da sua existência enquanto judia perseguida e com a ameaça sempre em mente da morte nas câmaras de gás. 

Tratando-se de um relato verídico, o diário de Helga começa quando esta tem ainda cerca de 9 anos e terminará já quando esta está com cerca de 16 anos em 1945, a tão desejada e dificil paz chega finalmente e ela consegue regressar com vida à sua cidade natal, Praga. Algumas páginas estão salpicadas de desenhos (uns a preto e branco e outros a cores) que Helga fez durante o tempo em que esteve presa nestes campos, mas sobretudo em Terezín, onde apesar de tudo ainda conseguiu (graças ao pai) ter melhores condições. Helga relatou aquilo por que passou pela escrita e pelos desenhos sempre muito esclarecedores sobre a realidade que experimentava. 

Enfim, um testemunho vivido cuja leitura recomendo vivamente porque continua a ser importante conhecer a História e, acima de tudo, tendo a possibilidade de o fazer a partir de uma experiência real sobre um período tão negro da História da Humanidade, que importa não esquecer para que não se repita...


Para quem tiver curiosidade em conhecer a autora, poderá assistir a uma entrevista dela aqui:

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https://www.goodreads.com/review/show?id=1568675796

terça-feira, 3 de junho de 2014

O Outro Homem e Outras Histórias, de Bernhard Schlink



"O Outro Homem e Outras Histórias" de Bernhard Schlink
Edições Asa, 2009
224 Páginas




Em "O Outro Homem e Outras Histórias", Bernhard Schlink coloca em evidência, através de sete histórias que têm sempre como base o amor, alguns dos tabus que ainda persistem na sociedade alemã do pós II Guerra Mundial, nomeadamente o desconforto alemão em relação aos judeus (que se pode, tornar num fardo ainda maior e mais pesado quando verificado num relacionamento amoroso) e a dificuldade em lidar (depois do fim da Guerra) com um passado ocorrido durante o III Reich alemão quando a Justiça se conseguia, por exemplo, com a punição de alguém que prestava ajuda aos judeus.
 

A culpa é, sem dúvida, algo que é transversal a todas as histórias, estando em alguns casos relacionada com o peso pesado que o Holocausto ainda continua a exercer para os alemães (enquanto culpa histórica), mas também na relação entre alemães e judeus ainda hoje...

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https://www.goodreads.com/review/show/949732459?book_show_action=false

quarta-feira, 5 de fevereiro de 2014

A Rapariga que Roubava Livros, de Markus Zusak


"A Rapariga que Roubava Livros" de Markus Zusak
Editorial Presença, 2008
463 Páginas


"A Rapariga que roubava livros" é narrada pela Morte, a mesma Morte que andando de mão dada com a Guerra (aqui a II Guerra Mundial), demonstrando uma certa compaixão por quem leva e por quem fica a chorar os que partem.

A história começa em 1939 e termina em 1943 (do início da Guerra até à perda de Estalinegrado), centrando-se na Alemanha e em particular num subúrbio perto de Munique. Sente-se na sociedade as mudanças impostas pelo III Reich. Conta-se o martírio dos judeus. Conta-se também o martírio das bombas. Há quem seja obrigado a partir para a Guerra e isso faz com que se sinta mais esse sentimento de caos e de ansiedade pelo que se segue... E não se controla de todo. Porque se a Vida é imprevisível, a Guerra (enquanto sinónimo de Morte e Destruição) ainda o pode ser mais.

Conhece-se roubo dos livros que a personagem principal vai fazendo ao longo da história. E é com as palavras roubadas desses livros furtados que ela sobrevive às alterações da sua situação familiar e à própria Guerra.É assim que aprenderá a ler e a escrever.

Em síntese, este é um livro bem escrito e, por isso mesmo, a leitura flui através das suas 462 páginas; quando o leitor se dá conta já chegou ao fim!

https://www.goodreads.com/review/show/832967610?book_show_action=false