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sábado, 12 de janeiro de 2019

Russendisko, de Wladimir Kaminer


"Russendisko" de Wladimir Kaminer
Goldmann, 2002
192 Páginas



Este é o segundo livro que leio de Wladimir Kaminer e termino com a mesma conclusão (apesar de ter mais dois livros dele para ler e tencionar lê-los; desistir é sempre a última opção nestas situações): não sou fã. 

Kaminer pode ser um autor com um humor incrivel, muito divertido e tal, mas não me convence. Gosto de sentir alguma unidade quando leio um livro e não consigo sentir isso nos seus livros. Aliás, ainda consegui gostar menos deste livro do que do outro primeiro sobre os sírios na Alemanha. 

Na verdade, senti que ao invés de falar da experiência russa em Berlim, que fala pouco quando esse é supostamente o ponto central do livro, o autor se perde numa série de observações aleatórias que podem fazer o leitor perder o interesse. A mim aconteceu-me isso e só li o livro até ao fim porque sou tremendamente teimosa, devo confessar. 

Por isso, e embora o tema me interesse, não consegui gostar deste livro. Estava desejosa, ansiosa, por o terminar de ler. Só consegui gostar de um texto intitulado "conselho do pai", no qual o autor conta que o pai acreditava que, chegados a 1990 na URSS, a grande Liberdade é aproveitar o momento da era Gorbachov para se "pisgarem" dali para fora. E rápido. Porque aquela Liberdade é provisória e a tendência será para ela desaparecer novamente. 


https://www.goodreads.com/review/show/2646022534

domingo, 30 de setembro de 2018

Ausgerechnet Deutschland. Geschichten unserer neuen Nachbarn, de Wladimir Kaminer

"Ausgerechnet Deutschland. Geschichten unserer neuen Nachbarn" de Wladimir Kaminer
Goldmann, 2018
236 Páginas


"Ausgerechnet Deutschland. Geschichten unserer neuen Nachbarn" pode traduzir-se como "A Alemanha tal como é: histórias dos nossos novos vizinhos" e trata-se de um livro de crónicas da autoria de Wladimir Kaminer, um escritor russo vindo de Moscovo a viver na Alemanha desde os anos noventa. 

O livro aborda sobretudo o modo como os alemães têm recebido os sírios (que perguntam, assim que chegam a terra, qual a melhor parte da Europa porque é para aí que querem ir) e como tem sido a adaptação de uns aos outros, dadas as diferenças culturais - substanciais - existentes entre estes. Desenganem-se, contudo, se pensam que este livro se limita apenas a sírios e a alemães porque, sendo russo, o autor acaba por falar igualmente da relação entre russos e alemães e entre russos e sírios. 

Destaco, por exemplo, uma crónica na qual Kaminer conta que se sentiu mais alemão quando, a caminho da Alemanha, comprou uma cerveja e estava com ela na mão, bebericando-a tal e qual como um alemão... Num sinal de (desejo de) integração. Ou outra crónica em que ele discute com um cabeleireiro sírio o porquê dele ter barba; o sírio responde-lhe que a barba é o seu passado, experiência e sentido de orientação (ao mesmo tempo que critica os ocidentais por tirarem a barba e, deste modo, viverem num mundo "desarranjado"), pelo que não a pode tirar, mantendo-a desde criança.

Gostei do livro, escrito com um certo humor, mas foi sobretudo a temática que mais me fascinou!

https://www.goodreads.com/review/show/2456899423

domingo, 11 de dezembro de 2016

Viagem a Tralalá, de Wladimir Kaminer

"Viagem a Tralalá" de Wladimir Kaminer
Tinta da China, 2012
157 Páginas


Wladimir Kaminer, um russo tornado posteriormente cidadão alemão (vive em Berlim, actualmente), conta em "Viagem a Tralalá", que fica na Crimeia (a Sul da Ucrânia), cinco episódios de viagens distintos decorridos ainda durante o tempo da Guerra Fria: "desencontro de Paris"; "desencanto da América", "desaparecido da Crimeia"; "desviado na Dinamarca" e "desencaminhado na Sibéria". 

Através de uma escrita leve (Kaminer tem outros livros escritos e publicados e trabalha como DJ), ficamos a conhecer alguns aspectos culturais bastante interessantes não só dos russos, como também dos alemães e dos locais por estes visitados. 

Assim, de todos os episódios, os que gostei mais foram: o "desaparecido da Crimeia", porque dá para compreender qual a importância que esta região tem desde sempre para os russos e o modo como estes encaram a Ucrânia enquanto país, um tema muito actual; o "desviado na Dinamarca", porque já tendo tido oportunidade de visitar este país (que adorei) e conhecer um pouco da sua cultura, senti-me a revisitá-lo, senti-me como que em casa; e o "desencaminhado na Sibéria", porque o autor "brinca" com a ideia da Sibéria como desterro opondo-a à Sibéria como destino de uma viagem de bicicleta, um local onde se podem travar conhecimentos com a população local e conhecer russas que, ao que parece, apreciam muito o homem alemão (comparativamente ao finlandês, por exemplo).

No essencial, o melhor deste livro é mesmo o facto do autor já não escrever apenas como um russo, mas como um russo germanizado porque vive desde há vários anos na Alemanha...!  

*
"Quer em São Petersburgo quer em Moscovo, ao passar pelas ruas pensava repetidamente: «Sim, o Martin ia gostar disso». De facto, nunca vi em Berlim tantas pessoas felizes como nas ruas de Moscovo quando fazia vinte graus negativos. E com vinte e cinco graus negativos os meus compatriotas pareciam ainda mais felizes. Depois de observar cuidadosamente o fenómeno, cheguei à conclusão de que, em caso de temperaturas extremamente baixas, a afabilidade russa não se deve apenas ao prazer de enfrentar dificuldades, mas também em grande parte a um elevado consumo de álcool."
[pp. 151 e 152]

https://www.goodreads.com/review/show/1832769775