domingo, 17 de julho de 2016

Dei o meu coração a África. A vida extraordinária de Joan Root, de Mark Seal



"Dei o meu coração a África. A vida extraordinária de Joan Root" de Mark Seal
Editorial Presença, 2011
279 Páginas

"Dei o meu coração a África" de Mark Seal oferece-nos, sem dúvida, uma biografia cativante da primeira à última página sobre a vida de Joan Root, uma queniana de origem britânica, cineasta da vida selvagem e ambientalista. 

Joan Root começou a sua vida no Lago Naivasha no Quénia e é também nele e por ele que morreu de forma violenta e injusta em 2006 (um video sobre isto pode ser visto aqui:https://www.youtube.com/watch?v=8HO3v... ). A sua história é belissima: de introvertida e "mulher sombra" de Alan Root (também ele cineasta da vida selvagem africana), que amou até ao fim dos seus dias, a empenhada, destemida e apaixonada activista, Root dedicou os seus quase 70 anos de vida a estudar, a dar a conhecer, a preservar e a desfrutar da natureza queniana. 

Nesta obra, Mark Seal, jornalista de profissão, escreve sobre alguém verdadeiramente inspirador, cuja vida não escapou à cegueira dos interesses económicos (e nada ecológicos) na região onde habitava, a partir do testemunho do ex-marido Alan e de vários amigos e conhecidos de Joan, bem como dos diários deixados por ela. É fácil compreender Joan através das palavras de Mark Seal, do mesmo modo que é fácil ficar a conhecer a sua vida através das várias fotos existentes a preto e branco ao longo das dezasseis páginas centrais existentes no livro. E sim, vale muito a pena lê-lo e conhecer a história desta mulher de raízes europeias nascida, criada e morta em África. 

De assinalar é também, a título de curiosidade, o facto de se ter pensado fazer um filme para o cinema sobre Joan Root, que seria representada pela actriz Julia Roberts (ver aqui:http://aboutjulia.com/2010/03/joan-ro... ). No entanto, parece que este filme não passou de uma ideia, sendo que a última vez que se falou nele foi em 2010... E já passaram seis anos!
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"Numa tarde idílica, em que Edmund e Lilian tinham ido fazer um piquenique a Crescent Island, uma península verdejante que se projecta para o lago Naivasha, a cerca de meia hora de Nairobi, o casal concebeu a sua única filha. Assim, o círculo da vida de Joan começou no lago, onde nasceu e viria a morrer. Desde o primeiro momento do seu nascimento, a sua vida nunca foi igual à das outras rapariguinhas. «Um amigo tinha-me deixado uma grande macaca com os braços muito compridos, chamada Mabel», contou Edmund mais tarde a um jornalista. «Tinha a mania de roubar gatinhos, cachorros, tudo o que fosse jovem. Um dia alguém olhou por acaso para o quarto de Joan e estava lá a Mabel, empoleirada na janela, com a bebé nos braços. Trocámos a nossa filha por uma banana.»
Mas nunca a recuperaram "verdadeiramente". Desse dia em diante, Joan Thorpe nunca mais deixaria os braços da vida selvagem." (Seal, 2011, pp. 29 e 30)

https://www.goodreads.com/review/show/1680084982

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