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sexta-feira, 14 de julho de 2017

O Homem em Busca de um Sentido, de Viktor E. Frankl



"O Homem em Busca de um Sentido" de Viktor E. Frankl
Lua de Papel, 2017
159 Páginas 

Este livro serve para fazermos uma auto-análise psicológica e, por essa mesma razão, não se trata de uma leitura simples ou fácil. Pelo menos, para mim. 

Por outro lado, pode também não ser uma leitura fácil porque uma boa parte do livro trata da experiência do próprio autor, Viktor E. Frankl, um médico psiquiatra, no campo de concentração de Auschwitz, onde este viria a perder a mulher - que estava grávida e ele não sabia - e os pais. 

Escrever sobre Auschwitz também não é fácil, embora eu acredite que seja uma forma de "exorcizar" uma parte do sofrimento sentido, de "lavrar" a memória. Desenganem-se, todavia, se estiverem a achar que este é mais um livro sobre Auschwitz... Não é. E todos os livros que já li sobre este campo de concentração são diferentes. As pessoas também são todas diferentes e, por inevitabilidade, as experiências também o são.

Frankl foi o fundador da Logoterapia, uma psicoterapia que consiste na procura de sentido para a vida. E foi esse sentido encontrado por muitos dos prisioneiros deste campos, mas também fora destes campos, que garantiu a sobrevivência de muitos. 

Feliz ou infelizmente, em algumas fases da minha vida já adoptei (e adopto) "esta visão", sem saber e desconhecendo a existência da Logoterapia. E é muito eficaz. É muito eficaz para todos os tipos de prisioneiros (e não me refiro necessariamente a alguém que esteja preso numa cela a cumprir uma pena por ter cometido um crime), mas sobretudo para aqueles que se encontram cativos do sofrimento, do isolamento e da solidão como resultado da passagem por algumas fases da vida (umas vezes evitáveis, outras nem por isso; umas necessárias, outras nem por isso; e todas elas inaceitáveis, dificeis de engolir, em algum momento, para nós)...!

https://www.goodreads.com/review/show/2041185253


terça-feira, 10 de maio de 2016

A Cura de Schopenhauer, de Irvin D. Yalom




"A Cura de Schopenhauer" de Irvin D. Yalom
Saída de Emergência, 2009
320 Páginas


"A Cura de Schopenhauer" consiste numa (muito) feliz mistura de filosofia com psiquiatria/psicoterapia e literatura, permitindo-nos uma viagem ao pensamento do filósofo alemão, Arthur Schopenhauer (1788-1860), sem esquecer as passagens ainda que breves por Immanuel Kant (1724-1804) e por Friedrich Nietzsche (1844-1900). Trata-se acima de tudo de um romance de ideias em que o autor, Irvin D. Yalom, consegue a fantástica proeza de nos oferecer umas quantas sessões de psicoterapia à distância.

Yalom centra a obra na relação que o homem tem por um lado, com a morte, e por outro, com o sexo, levando-nos a reflectir sobre o sentido e o significado destas na nossa vida. De forma inconsciente, o leitor entra em psicoterapia, vendo-se a repensar e a questionar algumas das suas crenças muito naturalmente e determinados rumos que a vida, por vezes, segue quando nos relacionamos com os outros. É um livro que quebra as amarras do pensamento, desfaz os nós e que consegue deixar o leitor de alma lavada.

Não é a primeira vez que leio Yalom e parece-me que também não será a última. Até à data "Quando Nietzsche chorou" era o meu livro preferido deste autor. Continua a sê-lo, mas "A Cura de Schopenhauer" também passará a integrar essa categoria especial, apenas reservada àqueles livros cuja leitura e mensagem, passe o tempo que passar, jamais se esquecerá...! Excelente.
*

"Cada vez que respiramos, afastamos a morte que nos ameaça. (...) No fim, ela vence, pois desde o nascimento é esse o nosso destino e ela brinca um pouco com a sua presa antes de a comer. Mas continuamos a viver com grande interesse e inquietação durante o máximo tempo possível, do mesmo modo que sopramos uma bola de sabão até que esta ficar bastante grande, embora tenhamos a certeza absoluta que vai rebentar. (...)" (Yalom, 2009, p.11)

https://www.goodreads.com/review/show/1618679106?book_show_action=false