segunda-feira, 27 de abril de 2020

Die missbrauchten Liebesbriefe, de Gottfried Keller


"Die missbrauchten Liebesbriefe" de Gottfried Keller
Holzinger, 2018
68 Páginas

Gostei, mas não consegui adorar...
Gosto da escrita de Gottfried Keller e da forma como costuma criticar a sociedade. Porém, o argumento desta história não é daqueles que me façam ler um livro, a menos que seja mesmo "obrigada a", como era aqui o caso.

A ideia é interessante, sim. Um negociante quer ser escritor à força e lembra-se de obrigar a mulher a escrever-lhe cartas de amor enquanto ele se ausenta por determinado tempo em viagem. Não lhe pergunta se ela o quer fazer, sequer se gosta... Ela sente-se desconfortável com a situação sem lhe dizer e decide "pedir ajuda" ao vizinho que é professor. Não lhe conta, todavia, que as cartas que lhe está a mostrar são escritas pelo marido dela e ele pensa, portanto, que é ela que as está a escrever para ele... E são cartas de amor. Presumo que não seja necessário avançar muito mais porque já se está mesmo a ver que esta omissão vai "complicar" a vida destas três pessoas envolvidas...

O desenvolvimento da história seguidamente é, a meu ver, um tanto ao quanto superficial. A dada altura entram mais personagens na história e o casal inicial toma uma posição a modos que secundária. O desfecho é feliz, pois é. Contudo, terminado o livro fiquei com aquela sensação de "sim, está bem". É um livro morno, diria. Daqueles que não aquece nem arrefece. E isso é coisa que me chateia... Um bocadinho. Não queria um melodrama porque odeio isso. Aliás, nunca gostei desse género de livros. Queria isso, sim, algo que me deixasse a pensar, que me agitasse as ideias e que me fizesse sentir algo com a leitura. E lamento porque isso não foi conseguido desta vez. 

Portanto, é um gostei, mas... sim, está bem.

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