sábado, 16 de março de 2019

Der Geschmack von Apfelkernen, de Katharina Hagena


"Der Geschmack von Apfelkernen" de Katharina Hagena
Kiepenheuer & Witsch, 2013
255 Páginas


"Der Geschmack von Apfelkernen" dispõe, para além de um filme com o mesmo título, uma edição em português, publicada pela Porto Editora com o título "O Sabor dos Caroços de Maçã". São as maçãs que são um elemento comum às três gerações daquela familia de mulheres do Norte da Alemanha, sobretudo aquelas que existem nas árvores da casa de Bertha, a avó de Iris, a narradora da história. Bertha morre e deixa à neta a casa e a partir daí segue-se uma procura/descoberta pelos segredos da familia, alguns dos quais muito curiosos... Sem querer revelar muito acerca da história, para aqueles que estiverem interessados em lê-la, posso dizer-vos que tem ciúme, traição, desamor, amor e paixão.

Há também um outro aspecto, digno de referência, e que se relaciona com o tema da memória, do esquecimento e do tempo. Hagena passa ao leitor uma ideia extremamente interessante que se relaciona com o facto do esquecimento ser uma forma de memória. Deixa-nos a pensar...!

A descrição das várias árvores e plantas existentes junto à casa, os cheiros e os sabores das mesmas (com destaque para as macieiras, claro) tantas vezes presentes nos beijos trocados entre algumas personagens daquela história, os passeios de bicicleta e os mergulhos livres/despreocupados no mar  confere uma leveza e uma magia que valeu a pena encontrar. 

Li em algumas críticas que este livro é um livro recomendado para quem goste de ler Joanne Harris. Eu gosto e muito. É uma das minhas escritoras preferidas. Ainda que eu sinta que são estilos diferentes: o de Hagena e o de Harris. Harris tem um lado muito místico, misterioso, que eu não encontrei em Hagena, por exemplo. Não senti que Iris tivesse outro papel na história para além de descobrir a história da familia; isto é, Iris não faz propriamente uma evolução/um crescimento na história, independente ou paralelo a esta descoberta, como costuma ser tão próprio nas personagens de Harris. Por isso, creio que aquilo que de mais comum pode existir entre ambas é mesmo a descrição de sabores e cheiros naturais. Isso, sim. 

Gostei muito e quem escolheu este livro para mim, escolheu muito bem. Foi certeiro! 


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