quarta-feira, 10 de agosto de 2016

Não te deixarei morrer, David Crockett, de Miguel Sousa Tavares


"Não te deixarei morrer, David Crockett" de Miguel Sousa Tavares
Clube do Autor, 2016
218 Páginas


Para quem aprecia tanto como eu o som do mar, do rio e do vento, os momentos solitários de introspecção, as pequenas-grandes coisas desta vida e tem em Sophia de Mello Breyner Andresen (sua mãe) uma das suas escritoras favoritas vinda das memórias de infância, é impossível não gostar do estilo de escrita adoptado por Miguel Sousa Tavares quando decide escrever um livro de crónicas e contos. 

Este é o segundo que leio do estilo, quarto que leio do autor e posso dizer que adorei. Valeu a pena ter desejado tanto que fosse feita uma nova edição do "Não te Deixarei Morrer, David Crockett" e cruzar-me físicamente com ela há dias. Valeu mesmo muito. 

Na verdade, acho que tudo o que eu escrever sobre a obra ficará aquém da imensa paz de espírito e sensação de plenitude com que fiquei quando a li...! Recomendo, recomendo e recomendo. 
*
"E foi assim que descobri que todas as coisas continuam para sempre, como um rio que corre ininterruptamente para o mar, por mais que façam para o deter. 
Sabes, quem não acredita em Deus, acredita na eternidade das pedras e não na dos sentimentos; acredita na integridade da água, do vento, das estrelas. Eu acredito na continuidade das coisas que amamos, acredito que para sempre ouviremos o som da água no rio onde tantas vezes mergulhámos a cara, para sempre seremos a brisa que entra e passeia pela casa, para sempre deslizaremos através do silêncio das noites quietas que tantas vezes olhámos o céu e interrogámos o seu sentido. Nisto eu acredito: na veemência destas coisas sem princípio nem fim, na verdade dos sentimentos nunca traídos. (...)"
[Miguel Sousa Tavares, "Não te Deixarei Morrer, David Crockett", pp.32 e 33]

https://www.goodreads.com/review/show/1718815877?book_show_action=false

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