sábado, 3 de abril de 2021

"A Vontade de Poder - O Niilismo Europeu" de Friedrich Nietzsche



"A Vontade de Poder - O Niilismo Europeu" de Friedrich Nietzsche
Rés-Editora, 2004
302 Páginas

Este primeiro volume d' "A Vontade de Poder", dedicado ao Niilismo Europeu, é constituido por dez capítulos a saber: I - Posição Gnosiológica, II - Exposição Metodológica, III - O Universo e o Homem, IV - O Homem e o Universo, V - Do Cósmico ao Humano, VI - Modernidade, VII - A Europa, VIII - Decadência, IX - Pessimismo e, X - O Niilismo. 

É a partir do III capítulo que, para mim, o volume se reveste de acrescido interesse. Há um momento ou outro de maior importância nos dois primeiros capítulos -como é o caso da passagem "A paixão do conhecimento prende-se com o fim da existência(...)" e de "(...)o pensador aspira a unir-se às coisas de que se vê separado; e nisso consiste a sua paixão." (p.37) -, mas na generalidade continuo a não ser fã das discussões demasiado abstractas relacionada com as questões metodológicas. Prefiro ir directa ao assunto!

Em termos de pontos fortes, considero plena de significado a relação existente entre prazer e poder (sendo o primeiro "um sintoma da sensação de poder adquirido" - p.119), a ideia de que a vida é "vontade de acumular força" e "esforço para a obtenção de maior poder" (p.145) - "é vontade de poder" (p.175) -, e a definição de que "Um niilista é um homem que acha que o mundo, tal como é, não devia existir e que o mundo, tal como devia ser, não existe".

Por fim, e já numa das últimas páginas do volume, encontrei uma passagem, que de tão bela, merece ser destacada e me recorda o "Assim falou Zaratustra": "um filósofo e um solitário por instinto, que tem aproveitado a vida para viver arredado, fora do mundo, com paciência, contemporização e solidão; espírito corajoso, explorador que, em dada altura, se extraviou nos muitos labirintos do futuro; pássaro profeta, a quem basta olhar para trás para predizer o que há-de vir; sendo o primeiro niilista completo da Europa, após ter levado em si mesmo o niilismo até ao extremo, afastou-se para trás, para fora de si"(p.295).

https://www.goodreads.com/review/show/3370028393

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