quinta-feira, 28 de dezembro de 2017

O Livreiro de Paris, de Nina George






"O Livreiro de Paris" de Nina George 
Editorial Presença, 2017
325 Páginas


O problema de criar grandes expectativas é exactamente o facto de que estas podem também criar grandes frustrações... Acredito que "O Livreiro de Paris" seja um bom (eventualmente muito bom)livro para muitas pessoas, mas não o foi para mim. Sinto que só tivemos uma vez em sintonia um com o outro. O resto do tempo passámos ao lado um do outro e foi cada qual à sua vida.

Estava à espera de uma farmácia literária, sendo que isso a partir de certa altura deixou de fazer sentido na história porque a mesma passou a concentrar-se quase na totalidade no amor e na desilusão amorosa do livreiro, Jean Perdu. Toda ela a tender para o demasiado trágico (desculpem a sinceridade; foi o que senti) e eu quando leio ficção gosto de sonhar; não me apetece levar mais murros no estômago... Também cheguei a pensar que teriamos aqui algo na linha do "Cemitério dos Livros Esquecidos", aqueles maravilhosos quatro livros do Zafón (os melhores que li este ano), ainda que ligeiramente diferente e nada... Que decepção! Nem lá próximo. Biblioterapia aqui? Nem por isso. 

Por outro lado, tive uma grande dificuldade em compreender as relações entre as personagens e quem era quem. Cheguei ao fim da história sem perceber! E isso deixou-me com a sensação de ter deixado passar o autocarro que precisava para chegar o meu destino (julgava eu), sem nunca ter dado conta de que ele já tinha passado por mim, continuando na paragem a aguardar pela sua passagem... Frustrante!

Finalmente, e porque não foi tudo mau e já "reclamei" o suficiente, gostava de me referir à existência de algumas frases bastante acertadas e dignas de nota acerca do modo de amar da mulher, do medo e do tempo. Estas, sim, valeram muito a pena!

https://www.goodreads.com/review/show/2196993839

2 comentários:

  1. Não consegui passar do meio do livro...tentei várias vezes,mas é muito, muito enfadonho!

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    1. Pois... Eu fiz um esforço... Tive vontade de o deixar a meio. Só fiquei mesmo fã de algumas frases porque o livro em si não me disse grande coisa!

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