"Aus dem Leben eines Taugenichts" de Joseph von Eichendorff
Reclam, 2018
156 Páginas
Eichendorff conta em "Aus dem Leben eines Taugenichts" a vida de um jovem (o "Taugenichts", isto é, um "zero à esquerda") que acaba expulso de casa do pai, um moleiro, por este considerar que o filho além de fracassado, não tem quaisquer outros objectivos na vida para além de tocar violino (e cantar). E é então que se inicia o percurso de busca pela sorte/felicidade deste jovem que chegado a Viena depressa se apaixona por uma jovem, mas sem sucesso. Decide, então, tentar a sua sorte em Itália, a terra das laranjas (e ao que parece também dos limões) e depressa se torna novamente a desiludir, regressando a Viena, sempre na companhia do seu violino. No fim tudo termina bem e ainda bem porque eu gosto de finais felizes.
Escrito em prosa poética, o livro está salpicado de poemas. Eichendorff faz descrições belissimas dos espaços, sobretudo da paisagem natural, adoptando um estilo lírico e romântico (de Romantismo enquanto movimento artístico, entenda-se) que muito me agradou, apesar de nem sempre ser fácil compreender à primeira.
Interessante é também a tensão que aqui está presente entre os filisteus e os artistas, sendo que os primeiros têm uma atitude que despreza o que é belo, o que é arte, o que é espiritual e intelectual. E isso verifica-se desde o início da história, quando o Taugenichts é expulso pelo pai de casa... O Taugenichts fica fascinado com a beleza, gosta de flores, por exemplo, e aproveita todos os momentos (independentemente de estar feliz ou infeliz) para tocar violino e cantar poesia. É, de facto, muito bonito. E é sobretudo porque no fim, apesar de todos os azares que ele conheceu até aí chegar, ele alcança a sua sorte/felicidade, sem deixar a sua arte de lado!
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