Porque ler também é viajar. E sempre que se viaja (e se lê) traz-se no regresso mais um pedacinho do mundo nas mãos e no peito. Um blog sobre livros.
domingo, 24 de setembro de 2023
"The 7 Habits of Highly Effective People" de Stephen Covey
quarta-feira, 13 de setembro de 2023
"Sweat Bean Paste" de Durian Sukegawa
"(...) She said that was the only way for us to live, to be like poets. That's what she said. If all you ever see is reality, you just want to die. The only way to get over barriers, she said, is to live in the spirit of already being over them.(...)"
"Sweet Bean Paste" começa por ser uma história simples que gira em torno de um doce japonês, Dorayaki, uma panqueca com recheio de doce de feijão e que, no decorrer da narrativa se foca primeiro em duas personagens, Sentaro (o responsável pela loja de Dorayaki) e Tokue (a senhora com idade que procura trabalhar por algumas horas na loja de Sentaro), a que mais tarde se junta Wakana, uma jovem com um canário amarelo.
A escrita é doce, simples e muito fluída. Lê-se depressa. E Tokue é a alma desta história. Ela e a forma como prepara o Dorayaki. Mas... por trás de toda a dedicação que coloca nesta preparação esconde-se uma história de tremenda solidão, a história de todos aqueles que têm lepra.
Sem querer entrar em mais detalhes acerca do que poderão encontrar em "Sweet Bean Paste", convém referir que é essa mesma solidão - nas suas diversas vertentes - que unirá as três personagens a partir de certo momento. E Tokue é uma inspiração, podendo a meu ver dar o título ao livro... Porque deixa connosco uma mensagem muito bonita acercado significado da vida!
https://www.goodreads.com/review/show/5829266109
quinta-feira, 7 de setembro de 2023
"Nos Passos de Magalhães" de Gonçalo Cadilhe
Gonçalo Cadilhe não desilude e "Nos Passos de Magalhães" é uma lufada de ar fresco. Trata-se de uma biografia itinerante em que Cadilhe segue a vida de Magalhães, desde onde ela começou em Sabrosa (na região do Douro) até às Filipinas.
Fernão Magalhães é um dos maiores navegadores da História (fez a primeira viagem de circum-navegação de sempre, ainda que em duas metades e dois momentos diferentes: da primeira vez, partiu de Portugal em direcção ao Oriente; da segunda vez, partiu de Espanha para o Oriente passando pelo Atlântico Sul), mas fala-se pouco ou nada dele em Portugal. É mais certo ser reconhecido lá fora do que cá dentro, o que é lamentável e chega a ser chocante... Desde logo, a casa onde nasceu está assinalada com uma placa gentilmente colocada pela Embaixada do Chile e a estátua existente no cruzamento da Praça do Chile com a Almirante Reis mais não é do que uma réplica da estátua que os chilenos têm em Puerto Arenas (quase que parece que Magalhães é chileno - sem desprimor para os chilenos, antes pelo contrário - ou, então, que só se reconhece o valor de Magalhães indo com a corrente chilena). Estes dois exemplos dados pelo autor deixaram-me muito incomodada.
É certo que Magalhães fez a segunda e última viagem, da qual não regressaria (acaba morto numa emboscada), ao serviço da corte espanhola, mas o relacionamento que tinha com D. Manuel I não era o melhor e Magalhães é um português a fazer um feito tamanho! Por que é que não se fala mais dele? Por que é que o seu nome só é falado para recordar um portátil dado a crianças que ficou "imortalizado" e envolto em polémicas?
Sendo um autor português, Cadilhe tem o mérito de nos dar a conhecer quem foi, de facto, o português Fernão Magalhães (o mesmo a que o austríaco Stefan Zweig chama de Ulisses que não voltou a Ítaca)... de uma forma viva e fascinante.
Enfim, adorei este livro e aprendi imenso com ele!
https://www.goodreads.com/review/show/5791992898
segunda-feira, 4 de setembro de 2023
"Die Sonnenposition" de Marion Poschmann
Depois de ter lido "Die Kieferinseln" há uns anos atrás, e ter adorado, estava à espera que "Die Sonnenposition" fosse tão bom ou melhor. Mas... Lê-lo foi uma experiência algo dolorosa! Porquê?
A história centra-se quase toda na figura de Odilo Leonberger, o amigo de Altfried Janisch (psicólogo) que acaba de morrer num acidente de carro. Janisch conta-nos que o amigo era biólogo, especialista em Bioluminescência, vivia com a mãe (viúva) desde sempre e mantinha uma relação amorosa com a sua irmã, Mila, sem que este disso soubesse.
E toda a história, apesar da bem pensada e idealizada escrita sob a forma de prosa poética - daí as 3 estrelas e não 2 -, é à volta disto... Da mágoa de Janisch, do convivio diário com os doentes (a toda a hora) no castelo tornado hospital mental e só numa fase posterior incide sobre o passado do pai e da tia, órfãos no fim da Segunda Guerra Mundial...
Só no fim do livro, no capítulo chamado "Aurora Borealis", é que o leitor consegue, enfim, encontrar alguma luz solar... Porque boa parte de "Die Sonneposition" tem uma carga dramática insustentável e depressiva.
https://www.goodreads.com/review/show/5777720765