"A Cura de Schopenhauer" de Irvin D. Yalom
Saída de Emergência, 2009
320 Páginas
"A Cura de
Schopenhauer" consiste numa (muito) feliz mistura de filosofia com
psiquiatria/psicoterapia e literatura, permitindo-nos uma viagem ao pensamento
do filósofo alemão, Arthur Schopenhauer (1788-1860), sem esquecer as passagens
ainda que breves por Immanuel Kant (1724-1804) e por Friedrich Nietzsche
(1844-1900). Trata-se acima de tudo de um romance de ideias em que o autor,
Irvin D. Yalom, consegue a fantástica proeza de nos oferecer umas quantas
sessões de psicoterapia à distância.
Yalom centra a obra na relação
que o homem tem por um lado, com a morte, e por outro, com o sexo, levando-nos
a reflectir sobre o sentido e o significado destas na nossa vida. De forma
inconsciente, o leitor entra em psicoterapia, vendo-se a repensar e a questionar
algumas das suas crenças muito naturalmente e determinados rumos que a vida,
por vezes, segue quando nos relacionamos com os outros. É um livro que quebra
as amarras do pensamento, desfaz os nós e que consegue deixar o leitor de alma
lavada.
Não é a primeira vez que leio
Yalom e parece-me que também não será a última. Até à data "Quando
Nietzsche chorou" era o meu livro preferido deste autor. Continua a sê-lo,
mas "A Cura de Schopenhauer" também passará a integrar essa categoria
especial, apenas reservada àqueles livros cuja leitura e mensagem, passe o
tempo que passar, jamais se esquecerá...! Excelente.
*
"Cada vez que respiramos,
afastamos a morte que nos ameaça. (...) No fim, ela vence, pois desde o
nascimento é esse o nosso destino e ela brinca um pouco com a sua presa antes
de a comer. Mas continuamos a viver com grande interesse e inquietação durante
o máximo tempo possível, do mesmo modo que sopramos uma bola de sabão até que
esta ficar bastante grande, embora tenhamos a certeza absoluta que vai
rebentar. (...)" (Yalom,
2009, p.11)
https://www.goodreads.com/review/show/1618679106?book_show_action=false
Sem comentários:
Enviar um comentário