Contrariamente a tudo o que já li de Thomas Mann até hoje, "Mario und der Zauberer" ["Mário e o Mágico"] deixou-me algo frustrada... Gostei, mas esperava um pouco mais do que ali encontrei. O que encontrei soube-me a pouco.
Mann conta aqui a história de um casal que vai passar férias a Itália com os seus dois filhos pequenos, um dos quais uma menina com oito anos meio franzina para idade que suja o fato de banho e o despe correndo nua pela praia... até que um senhor interpela o pai e o questiona acerca da moral, dos bons costumes e da sua ausência de respeito para com os italianos. Mas... não é aqui que se encontra o centro da nossa história!
O centro da nossa história encontra-se no espectáculo a que essa familia vai assistir já por volta das 21h levado a cabo por Cavalieri Cipolla, uma espécie de mágico (hipnotizador), acompanhado de Mario. A figura de Mario é quase "dormente" durante todo o espectáculo, tendo apenas um papel preponderante no final da história e, antes disso, no término do espectáculo. Quando "desperta" depois de um beijo e saca de uma arma disparando alguns tiros ao perceber que tinha estado a ser gozado e manipulado na sua dor...
Em relação a Cipolla, padecendo de uma deficiência física (num braço?!) que o impediu de lutar na guerra, fala, fala e não diz nada de efectivo. Porém, deixa a plateia em completo êxtase com a forma como discursa. Nem as crianças querem ir para casa antes do espectáculo, longo no tempo e tarde nas horas, terminar.
No fundo, "Mario und der Zauberer" é uma alegoria aos lideres fascistas. Todavia, talvez por ter partido com expectativas elevadas, creio que ficou algo aquém do que esperava. Ainda assim, gostei.
https://www.goodreads.com/review/show/5160410210
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