"As Sete Carruagens" de André Fernandes é daqueles livros que agarramos e só conseguimos largar quando terminamos. Se bem que quando terminamos... não nos larga e fica em nós vários dias, semanas até. Li-o numa tarde de Julho e quase um mês depois ainda se passeia na minha mente.
São sete, o número da espiritualidade e também dos dias que uma semana tem, as carruagens de metro onde a personagem principal, René, entra todos os dias. Todos os dias, o mesmo trajecto, a mesma rotina se repete no seu caminho para o trabalho. Todos os dias, uma carruagem diferente onde René encontrará uma lição de vida que o levará a pensar nas escolhas que foi fazendo até ali chegar. É igualmente como resultado destes encontros que ficamos a conhecer a sua história e o porquê de se ter tornado como o conhecemos.
A escrita é bela e as mensagens profundas, deixando-nos a pensar. Em René e em nós. O fim deixou-me algo confusa e com dúvidas, mas não creio que isso seja realmente importante. O caminho diário que ele percorre é que é.
André Fernandes tem várias partes dignas de nota... para ler, sublinhar e tornar a reler. Escolho, porém, esta:
"- Agradecer o que ainda não tens. (...)
- Como posso agradecer uma coisa que ainda não tenho?
- Acreditando que a terás. (...)
- Se conseguires agradecer uma coisa que ainda não tens, começas a comportar-te como se já a tivesses. Deixas de precisar dela, e, quando menos esperares, a vida põe-ta nas mãos." - p.127
https://www.goodreads.com/review/show/6709712081