Robert Graves oferece-nos em "I, Claudius" um relato vivido da intriga em Roma, imaginando um diário escrito pelo futuro imperador Claudius. A manipulação, a traição e as lutas verdadeiramente intestinas e mesquinhas pelo poder passa-nos todas aqui mesmo debaixo do nariz.
Mordaz, sarcástico, acutilante e minucioso, este diário está muitissimo bem conseguido por Graves: na estrutura e na forma também algo espirituosa como está escrito.
"I, Claudius" recupera os cenários da fabulosa série "Roma", muitos dos homens e mulheres que lá vemos, anda para a frente no tempo e acrescenta mais sobre estes e outros que até então podemos desconhecer. O resultado é absolutamente brilhante!
Dois momentos maravilhosos na leitura deste primeiro volume, que termina com Claudius a tornar-se imperador, foram para mim: o diálogo entre Claudius e a maquiavélica Lívia (mulher do imperador Octaviano) no fim da vida desta e o diálogo entre Claudius e Calígula aquando da enfermidade deste último. O cinismo presente aqui e a preocupação extrema da deificação após a morte são um traço essencial e comum a ambos.
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