Porque ler também é viajar. E sempre que se viaja (e se lê) traz-se no regresso mais um pedacinho do mundo nas mãos e no peito. Um blog sobre livros.
quinta-feira, 16 de dezembro de 2010
A Viela da Duquesa, de Sveva Casati Modignani
"A Viela da Duquesa", de Sveva Casati Modignani
Edições Asa, 2003
528 Páginas
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Tudo começa em Nápoles, no ano de 1910, e mais concretamente na Viela da Duquesa com uma jovem mulher, a Condessa tirolesa Josepha que se dirige à casa de Rosa Avigliano para lhe pedir que prepare um feitiço para conquistar o amor do marido, o príncipe napolitano Enrico Castiglia. Teresa, a filha mais velha e sonhadora de Rosa, assiste a tudo de perto, completamente maravilhada pela elegância desta jovem senhora.
É a partir daqui que nasce a história de uma grande e cúmplice amizade entre Josepha e Teresa, que atravessa as aventuras e desventuras da existência humana na vida de cada uma. Quer uma quer a outra atravessarão o período em que se verificam já as primeiras manifestações de Comunismo, a Primeira Guerra Mundial (que termina com os italianos a tomarem conta da zona do Tirol, pertença germânica, e procederem a toda uma alteração da nomenclatura das terras e dos espaços da língua germânica para a língua italiana contra a vontade das populações que aí existiam e isto é particularmente notório na personagem de Josepha), o aparecimento do Fascismo Italiano e da violência dos Camisas Negras afectos ao regime, a questão da Etiópia e a aproximação de Mussolini a Hitler, a Segunda Guerra Mundial, o rasto de miséria, destruição e morte deixados pelo fim da Guerra e que mais uma vez se vai fazer sentir em algumas das personagens, nomeadamente em Josepha, em Thea, a filha mais velha de Josepha, e em Teresa. A evolução do papel da mulher na sociedade é outro dos traços marcantes em “A Viela da Duquesa”.
Esta é uma história escrita de emoções, que começa e termina exactamente no mesmo ponto, tal e qual uma composição em esquema circular. Thea regressa, em 1999, já no fim da sua vida ao Tirol, ao Hotel outrora Castelo pertencente à Condessa sua mãe, empenhada em recuperar as suas heranças históricas e um espaço de que a mãe sempre gostou.
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Um dos meus preferidos! É um óptimo livro, com uma história poderosa e que continua presente mesmo tendo passado muito tempo desde que o lemos. Lindo!
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